Compulsão alimentar: o que é, sintomas e tratamento
Compulsão alimentar é um distúrbio relacionado ao consumo excessivo e incontrolado de alimentos, geralmente de baixa qualidade calórica e num período recorrente de tempo. A compulsão alimentar também pode estar associada a outros transtornos, como ansiedade e depressão, servindo como válvula de escape para lidar com determinados estados emocionais negativos que interferem significativamente na qualidade de vida e no bem-estar.
Sintomas de compulsão alimentar
Podem ser definidos como sintomas da compulsão alimentar:
- Ato de comer mais do que a pessoa consegue, ou comer uma grande quantidade de alimento para uma determinada refeição;
- Comer muito rápido, prejudicando a mastigação e a ingestão;
- Comer sem pausas por um período de tempo longo para uma refeição;
- Comer solitariamente ou afastado, geralmente por vergonha ou medo de julgamento;
- Sentimento de culpa ou mal-estar emocional após realizar o ato.
Apesar de ter características relacionadas à bulimia nervosa, isto é, à ingestão de alimentos de forma descontrolada, a compulsão alimentar é diferente desse transtorno por não ter necessidade de compensar o comportamento para não obter ganho de peso, com diarréias ou vômitos induzidos. É considerado o transtorno alimentar mais recorrente, sobretudo em países e locais com farto acesso a alimentos processados e em grande quantidade.
Além dos indícios de comprometimento na saúde mental, a compulsão alimentar a médio e longo prazo leva a sérios problemas de saúde corporal, podendo causar obesidade e outras comorbidades, além de aumentar as chances de doenças relacionadas, como infartos, aumento de colesterol, redução de mobilidade, dentre outros diagnósticos. Apesar de associada à obesidade, indivíduos magros também podem manifestar comportamentos alimentares compulsivos.
Em termos retrospectivos, esse comportamento pode vincular-se a diversos fatores do histórico pessoal: expectativas em relação ao próprio corpo, histórico de obesidade infantil, episódios de maus tratos ou violência, uso de substâncias, conflitos familiares e assim por diante.
Para ser diagnosticado com compulsão alimentar, é necessário que haja recorrência no comportamento, ou seja, a pessoa deve realizar o ato pelo menos 1 vezes por semana. Quando o comportamento é realizado mais de 14 vezes por semana, a compulsão é considerada severa e solicita intervenção de uma equipe de saúde para elaborar programas multidisciplinares de tratamento.
Tratamento para compulsão alimentar
Por ser um transtorno multifatorial, isto é, por envolver variáveis culturais, de histórico familiar e pessoal e até mesmo genéticos, a abordagem para resolução do problema e com a redução dos episódios de compulsão passa por acompanhamento psicológico, nutricional e psiquiátrico principalmente
A psicoterapia, sobretudo com uso da abordagem cognitivo-comportamental, permite elaborar planos de ação para intervir no problema. O comportamento compulsivo é realizado após o surgimento de pensamentos negativos: quando a pessoa come compulsivamente, há a redução da ansiedade e de pensamentos negativos. Contudo, isso reforça o comportamento, e posteriormente gera sentimentos de culpa e incapacidade.
A psicoterapia auxilia na identificação dos episódios e permite que a pessoa tenha consciência dos estados emocionais que desencadeiam o comportamento, auxiliando na mudança de crenças a respeito de si e engajando na alteração dos comportamentos de risco.
O acompanhamento psiquiátrico, por sua vez, opera de forma semelhante, porém pode haver a prescrição de medicamentos a depender da intensidade da compulsão e da interpretação do médico responsável. Ou seja, a farmacoterapia também pode ser uma auxiliar relevante no tratamento.
Por fim, a adaptação da dieta e o acompanhamento nutricional ajudam a transformar os hábitos alimentares, investindo em comportamentos mais saudáveis a longo prazo, para que os episódios de compulsão sejam reduzidos e os riscos de dano ao organismo sejam contidos ou extintos.
Como a maioria dos transtornos alimentares, agir em rede contribui para a obtenção de resultados mais favoráveis para que haja a remissão parcial ou total do comportamento. Ao perceber que há algum dos traços mencionados, consultar um profissional ajuda no início da realização de um tratamento adequado para esta compulsão.
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