Compulsão alimentar é um distúrbio relacionado ao consumo excessivo e incontrolado de alimentos, geralmente de baixa qualidade calórica e num período recorrente de tempo. A compulsão alimentar também pode estar associada a outros transtornos, como ansiedade e depressão, servindo como válvula de escape para lidar com determinados estados emocionais negativos que interferem significativamente na qualidade de vida e no bem-estar.
Podem ser definidos como sintomas da compulsão alimentar:
Apesar de ter características relacionadas à bulimia nervosa, isto é, à ingestão de alimentos de forma descontrolada, a compulsão alimentar é diferente desse transtorno por não ter necessidade de compensar o comportamento para não obter ganho de peso, com diarréias ou vômitos induzidos. É considerado o transtorno alimentar mais recorrente, sobretudo em países e locais com farto acesso a alimentos processados e em grande quantidade.
Além dos indícios de comprometimento na saúde mental, a compulsão alimentar a médio e longo prazo leva a sérios problemas de saúde corporal, podendo causar obesidade e outras comorbidades, além de aumentar as chances de doenças relacionadas, como infartos, aumento de colesterol, redução de mobilidade, dentre outros diagnósticos. Apesar de associada à obesidade, indivíduos magros também podem manifestar comportamentos alimentares compulsivos.
Em termos retrospectivos, esse comportamento pode vincular-se a diversos fatores do histórico pessoal: expectativas em relação ao próprio corpo, histórico de obesidade infantil, episódios de maus tratos ou violência, uso de substâncias, conflitos familiares e assim por diante.
Para ser diagnosticado com compulsão alimentar, é necessário que haja recorrência no comportamento, ou seja, a pessoa deve realizar o ato pelo menos 1 vezes por semana. Quando o comportamento é realizado mais de 14 vezes por semana, a compulsão é considerada severa e solicita intervenção de uma equipe de saúde para elaborar programas multidisciplinares de tratamento.
Por ser um transtorno multifatorial, isto é, por envolver variáveis culturais, de histórico familiar e pessoal e até mesmo genéticos, a abordagem para resolução do problema e com a redução dos episódios de compulsão passa por acompanhamento psicológico, nutricional e psiquiátrico principalmente
A psicoterapia, sobretudo com uso da abordagem cognitivo-comportamental, permite elaborar planos de ação para intervir no problema. O comportamento compulsivo é realizado após o surgimento de pensamentos negativos: quando a pessoa come compulsivamente, há a redução da ansiedade e de pensamentos negativos. Contudo, isso reforça o comportamento, e posteriormente gera sentimentos de culpa e incapacidade.
A psicoterapia auxilia na identificação dos episódios e permite que a pessoa tenha consciência dos estados emocionais que desencadeiam o comportamento, auxiliando na mudança de crenças a respeito de si e engajando na alteração dos comportamentos de risco.
O acompanhamento psiquiátrico, por sua vez, opera de forma semelhante, porém pode haver a prescrição de medicamentos a depender da intensidade da compulsão e da interpretação do médico responsável. Ou seja, a farmacoterapia também pode ser uma auxiliar relevante no tratamento.
Por fim, a adaptação da dieta e o acompanhamento nutricional ajudam a transformar os hábitos alimentares, investindo em comportamentos mais saudáveis a longo prazo, para que os episódios de compulsão sejam reduzidos e os riscos de dano ao organismo sejam contidos ou extintos.
Como a maioria dos transtornos alimentares, agir em rede contribui para a obtenção de resultados mais favoráveis para que haja a remissão parcial ou total do comportamento. Ao perceber que há algum dos traços mencionados, consultar um profissional ajuda no início da realização de um tratamento adequado para esta compulsão.
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