Terapia cognitivo comportamental é uma abordagem psicoterápica que mobiliza conceitos de ajuste dos comportamentos e de regulação emocional como forma de atingir um determinado objetivo clínico que auxilie na recuperação do bem-estar do paciente. Essa modalidade psicoterápica é baseada em evidências científicas e tem como foco a relação entre pensamento e comportamento.
A TCC (como também é conhecida a terapia cognitivo-comportamental) é utilizada no mundo todo para tratar transtornos de depressão e ansiedade, mas também possui linhas de atuação que auxiliam no tratamento de outras questões, como dependência química, transtorno pós-traumático, síndrome do pânico, distúrbios alimentares, insônia, baixa autoestima e assim por diante.
Por meio da aquisição de habilidades e de estratégias de enfrentamento aos problemas particulares de cada pessoa, a TCC fortalece o sujeito para que entenda como não perpetuar os padrões de comportamento e de pensamento negativos que levam ao adoecimento.
A TCC tem como fundador o psicólogo norte-americano Aaron Beck, que nas décadas de 1960 e 1970 reformulou a maneira de realizar seus atendimentos clínicos após perceber que a taxa de recuperação dos pacientes estava sendo baixa. Ao integrar os conceitos de mudança de pensamentos e de comportamentos, Beck observou que houve melhora de seus pacientes em um período menor do que em outras abordagens psicológicas.
Desde então, diversos outros cientistas e estudiosos do comportamento e do pensamento humano desenvolveram pesquisas e adaptações da TCC, integrando novos dados que auxiliaram no aprimoramento desta e de outras abordagens que partem da mesma premissa. A terapia comportamental dialética, a terapia racional-emotiva, a terapia de exposição, dentre outras, partem de princípios semelhantes aos princípios ético-científicos da TCC.
Atualmente, esta abordagem é adotada por muitos psicólogos que levam em conta o respaldo científico de sua prática e sua plasticidade para a resolução de problemas e distúrbios mentais.
A TCC tem por base dois eixos: o eixo comportamental e o eixo cognitivo. O eixo comportamental surgiu a partir de psicólogos que buscavam no comportamento humano respostas para diversas questões. Por meio de condicionamento, exposição e alteração de dados do próprio comportamento e do ambiente ao redor, é possível observar mudanças nos pacientes que apresentam uma determinada demanda.
Ao longo dos anos, as pesquisas sobre comportamento foram ganhando relevância e espaço no meio científico. Burrhus Skinner, importante psicólogo norte-americano, inovou ao elaborar o conceito de condicionamento operante durante a década de 1950.
Em linhas gerais, o condicionamento operante mostra que os comportamentos podem ser alterados por meio de recompensas e punições. Um comportamento pelo qual se consegue mais recompensas será fortalecido e um comportamento que gera mais prejuízo ocorrerá com menor frequência.
Essa ideia da psicologia experimental teve implicações diretas no desenvolvimento da TCC. Os comportamentos são aprendidos na história de vida de cada sujeito, e são reforçados conforme se obtém algum prazer ou recompensa, mesmo que isso tenha implicações na saúde mental.
O eixo cognitivo, por sua vez, diz respeito ao repertório de crenças e pensamentos a respeito de si e do mundo que influenciam na forma como o sujeito encara o seu problema e formas de superá-lo. Esse eixo tem por inspiração as pesquisas sobre inteligência emocional e mindfulness que, por meio de exercícios e alterações de crenças e paradigmas, permitem atingir um grau maior de bem-estar e compreensão de si em diversos contextos que levam ao adoecimento.
Um dos objetivos da TCC é substituir os pensamentos automáticos e negativos por pensamentos que sejam mais acolhedores com a própria dor, de forma a embasar racionalmente as crenças sobre si. A TCC pode levar a mudanças significativas e de longo prazo no processo individual de respeitar e acolher os próprios sentimentos.
Apesar de ser uma tarefa difícil, as mudanças de pensamento são muitas vezes necessárias por não terem correspondência com dados reais ou por serem um dos principais fatores de adoecimento, sobretudo em casos de ansiedade e depressão. Tais pensamentos são denominados, no repertório dessa abordagem, como disfunções cognitivas.
A TCC, portanto, admite que existe uma conexão muito importante entre pensamentos, emoções e comportamentos, e como alterá-los permite que se atinja um determinado objetivo no processo terapêutico.
Nesse sentido, as premissas da TCC possuem forte embasamento científico que permitem um tratamento consolidado para muitos problemas cotidianos, sempre admitindo que todos nós estamos sujeitos a passar por alguma dificuldade mental ou emocional.
A TCC é uma abordagem psicológica utilizada por psicólogos, psiquiatras e outros profissionais da saúde que buscam auxiliar pacientes em diversos contextos: hospitalares, clínicos, escolares e em ambientes de trabalho. Ela pode ser utilizada não apenas em terapias individuais, mas em terapia de grupo e de casal.
Por meio da análise dos pensamentos disfuncionais e da conceituação cognitiva, o terapeuta, com cada paciente e sua respectiva demanda, irá ajudá-lo a reconhecer as crenças e os comportamentos mal adaptados que levam a um estado de prejuízo emocional. Auxiliar o paciente a reconhecer seus valores e objetivos para uma vida melhor é também fundamental para a TCC, a fim de que seja estabelecido um parâmetro de melhora. Para tanto, é importante que haja:
Nessa direção, as sessões de terapia costumam ter um fio condutor que organiza as metas a serem atingidas. Se uma meta não é atingida, é importante que seja feito um monitoramento pelo paciente e pelo terapeuta do que não funcionou de forma a adaptar a sessão e os planos de ação. A TCC, portanto, reconhece a autonomia e o esforço do paciente como protagonista e principal agente de transformação no que se refere à sua melhora.
Vale notar também que a TCC se propõe a solucionar o problema do paciente no menor tempo possível. Ou seja, pode haver uma duração definida de número de sessões para que se trate de alguma questão. Casos extremos de saúde mental costumam levar mais tempo, enquanto casos de TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) costumam ser solucionados em um tempo menor.
A terapia cognitivo comportamental é um modelo psicológico de tratamento para distúrbios relativos à saúde mental. Tem como premissa a ideia de que pensamentos e comportamentos estão diretamente atrelados, e que a junção de ambos interferem diretamente nas emoções. Por meio de um tratamento direcionado, a terapia cognitivo comportamental se propõe a auxiliar na melhora dos pacientes com um acompanhamento monitorado e com metas específicas para cada tratamento.
A terapia cognitivo comportamental é indicada para qualquer pessoa que esteja passando por algum problema emocional ou sofra de algum distúrbio psiquiátrico e esteja em busca de ajuda. Costuma ser amplamente utilizada para transtornos de ansiedade, depressão, baixa autoestima, dependência química, e assim por diante. Em contextos de adoecimento mental, é importante buscar a ajuda de um profissional qualificado de forma a ter um acompanhamento de caso e o delineamento de um diagnóstico.
Referências:
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